Mulher trans morta em São Paulo estava sem ver a família havia 17 anos e pretendia voltar para Fortaleza: ‘Infelizmente não deu tempo’

Mulher trans morta em São Paulo estava sem ver a família havia 17 anos e pretendia voltar para Fortaleza: ‘Infelizmente não deu tempo’

O corpo de Vitória Rodrigues foi encontrado na madrugada deste sábado (23) em uma rua da Zona Sul na capital paulista.

A transexual cearense Vitória Rodrigues, de 31 anos, assassinada em São Paulo, morava na capital paulista desde os 14 anos. Parentes informaram que ela tinha planos de voltar para Fortaleza no fim do ano, já que não via a família havia 17 anos.

O corpo de Vitória foi encontrado com sangramento durante a madrugada deste sábado (23) na Alameda do Uapês, no Planalto Paulista, em São Paulo. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) paulista vai investigar a morte.

Maria Alexandra Feitosa, prima da vítima, informou que a família encontra dificuldades financeiras para trazer o corpo para Fortaleza, mas que não desiste da ideia, já que retornar era o sonho de Vitória.

“A gente queria fazer essa que era a última vontade dela. Ela estava com planos de vir para cá no fim do ano, mas infelizmente não deu tempo. Estamos tentando fazer isso também pela família, porque está com 17 anos que a gente não a via. Queremos pelo menos dar um enterro digno a ela, já que acabaram com a vida dela dessa forma”, disse a dona de casa.

A prima confirmou que a família tinha conhecimento que Vitória trabalhava como garota de programa. Os familiares foram informados sobre a morte por meio de um amigo da vítima, que costumava viajar para São Paulo.

"Estou me sentindo o pior lixo do mundo. Esperar uma filha vir para casa com vida e, de uma hora para a outra, receber a notícia que ela está morta é uma dor muito grande. É uma dor horrível mesmo”, relatou a mãe de Vitória, a recicladora Teresa Cristina Feitosa.

“Estamos pedindo ajuda a quem a gente pode, porque somos uma família humilde e não temos condições de trazer”, complementa Teresa. A mãe informou que Vitória pediu foto do registro de nascimento para conseguir organizar a documentação para voltar para a capital cearense.

Vitória foi para São Paulo quando tinha 14 anos, após fugir de casa. Alexandra informou que a prima morava com amigas, também transexuais.

“Quando ela foi para São Paulo, ela morava com a mãe dela em Maracanaú. Ela chegou pedindo o registro [de nascimento] dizendo que ia para São Paulo. A mãe dela disse que só deixava ela ir se conversasse com as pessoas que ela ia junto, para saber quem era, mas ela ficou medo da mãe não deixar. Ela saiu dizendo que voltava. Quando fez 15 dias, a mãe dela procurou o Conselho Tutelar e acabou descobrindo que ela já estava lá. Ela foi sem documentação nem nada”, relembra a dona de casa.

Travesti espancada e morta

Em dezembro de 2020, a travesti cearense Kareen Victória, de 18 anos, foi espancada e morta m um hotel em Vila Nova Cachoeirinha, na cidade de São Paulo. Ela morava na capital paulista há quatro meses quando o crime aconteceu.

A irmã de Kareen, à época, também informou que a travesti pretendia retornar para o Ceará no fim do ano. A vítima também trabalhava como garota de programa, e foi assassinada por um cliente que se recusou a pagar o programa, conforme uma amiga, que trabalhava junto a Kareen.

JORNAL CAUCAIA 

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